8 formas inteligentes de diminuir os efeitos da ansiedade na pele

8 formas inteligentes de diminuir os efeitos da ansiedade na pele

Será que é possível enxergar o que acontece no seu universo emocional? Dá para ver a ansiedade na pele, por exemplo? Teoricamente, não. Afinal, é comum as pessoas acharem que os sintomas físicos do estresse, da depressão e de outras doenças e transtornos se limitam a dores, problemas de pressão, glicose etc. Ou seja, sintomas invisíveis aos olhos. 

No entanto, de acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia – SBD, o estresse contínuo pode se transformar em problemas que você vê no espelho. Pois, o descontrole interno pode refletir externamente e assim, você enxerga a ansiedade na pele. E como bem sabemos, o estresse mental tem um grande impacto no complexo funcionamento do seu corpo. Por isso, diante de grandes períodos de ansiedade e depressão, o corpo sofre. Então, o estresse gerado desregula a produção de substâncias químicas no cérebro e em outros órgãos

Com o passar do tempo, os especialistas observaram que pacientes que apresentavam problemas crônicos e inflamatórios de pele costumavam ter altos níveis de um certo tipo de hormônio, o cortisol. Aliás, a ansiedade é conhecida por desencadear exatamente a sua produção. Esse o hormônio do estresse, causa um grande estrago no seu corpo. Mas, ele também tem seu lado bom e já vamos falar sobre isso.

Mas, como isso acontece? Como o estresse emocional impacta na saúde cutânea? Quais outros sintomas cutâneos podem estar associados à ansiedade? A partir de agora, você vai entender o que o desequilíbrio emocional causa no corpo. Em seguida, vai saber mais sobre a relação entre a química interna e problemas externos. Dessa forma, vamos descobrir como o organismo exibe a ansiedade na pele.

Como o cortisol mostra a ansiedade na pele

Para início de conversa, quando falamos que o cortisol é o hormônio do estresse, isso não quer dizer que ele é prejudicial para a sua saúde. Para comparar, consumir álcool em proporções adequadas faz muito bem para o coração e para digestão, certo? Mas, em altas doses, o efeito é o contrário. Ou seja, o que era bom, acaba lesionando órgãos importantes e causando danos irreversíveis. Com o cortisol não é diferente. Então, entenda como o cortisol afeta o seu corpo. Além disso, saiba qual a relação entre ele e os efeitos da ansiedade na pele.

Os dois lados do cortisol

Primeiro, o cortisol tem funções importantes no organismo. Ele é vital para que você tenha ânimo para sair da cama todas as manhãs. Para isso, o hormônio faz a correta administração das fontes de energia para o seu organismo. Ao mesmo tempo, o cortisol atua das seguintes formas:

  • Fortalece o sistema imunológico.
  • Melhora a resistência à dor.
  • Regula a glicose no sangue. 
  • Controla a pressão arterial.
  • Atua diretamente na regulação do humor.
  • Administra as proteínas, carboidratos e gorduras no organismo.

Além disso, pense em uma situação de perigo. Nesse caso, seu corpo precisa te dar o gás necessário para te afastar do risco. E o cortisol é um dos responsáveis por essa reação de sobrevivência. O problema é que, diante de episódios estressantes e de altos níveis de ansiedade, o seu corpo reage à altura. Ou seja, ele libera constantemente cortisol, como se estivesse constantemente em perigo. Nesse ponto, ele passa de mocinho para vilão na história.

A partir de então, a produção desenfreada do cortisol altera os poros e também estimula a produção de óleo. Consequentemente, os poros podem acabar bloqueados, promovendo o desenvolvimento de acne devido  ao acúmulo de bactérias. Mais do que isso, aliado a outros hormônios liberados pelo estresse, o cortisol participa no desenvolvimento de outras doenças de pele.

Doenças de pele relacionadas ao estresse e à ansiedade

Outro indicativo de que o corpo dá indícios da ansiedade na pele é o número de pacientes dermatológicos que lidam com problemas ligados ao estresse, as chamadas psicodermatoses. De acordo com a SBD, esse número varia de 30% a 50%. Em geral, os sintomas das doenças tendem a diminuir com o controle da ansiedade, mas retornam diante de novas situações estressantes. 

A quantidade de hormônios do estresse e a ansiedade persistente mantêm o organismo em constante estado de alerta e insegurança. Digamos que, esporadicamente, passar por um estresse ou ficar ansioso no trabalho por algum motivo, é normal. De fato, o corpo consegue lidar com isso. Mas, trabalhar por tempo integral em um ambiente emocionalmente tóxico, vai afetar sua saúde em algum momento. Como resposta, o corpo desenvolve as psicodermatoses. As condições dermatológicas mais comuns em reação ao estresse podem ser divididas em três categorias. A seguir, saiba quais são elas.

Condições dermatológicas que pioram ou persistem devido ao estado emocional desequilibrado:

  • Vitiligo

Condição dermatológica que não causa dor física, o vitiligo é a perda da pigmentação da pele. Nesse caso, o pigmento morre ou perde sua função. O aparecimento das manchas costuma estar ligado a algum trauma ou situação estressante.

  • Eczema

Eczema é uma inflamação, muito comum em bebês e que causa crostas e bolhas de água na pele, que fica vermelha e sensível. Nas crianças, a condição costuma estar relacionada com alergias respiratórias. Em adultos, a condição piora consideravelmente devido ao estresse.

  • Rosácea

Mais uma forma do organismo demonstrar os efeitos da ansiedade na pele, a rosácea é outra condição causada ou piorada pelo estresse. A condição é caracterizada por vasos sanguíneos bem visíveis na pele do rosto. Além disso, caroços que parecem espinhas também podem surgir. Os sintomas podem durar semanas, meses e depois sumir. Mas, costumam voltar de tempos em tempos, variando de pessoa para pessoa. 

  • Alopecia 

Mais uma vez, a inflamação causa a perda dos fios de cabelo, neste caso, a alopecia. Ela pode afetar partes do corpo isoladas ou por inteiro. Às vezes, a condição está ligada a outros problemas de pele ou doenças autoimunes, como vitiligo e lúpus, por exemplo.

Condições dermatológicas causadas por transtornos psiquiátricos:

  • Hemangioma

Esses pequenos tumores são completamente inofensivos para a saúde. Ainda assim, podem afetar a saúde emocional de quem os desenvolve. As manchas vermelhas são causadas pela atividade anormal de vasos sanguíneos sob a pele.

  • Estrias

Talvez você não saiba, mas as estrias são resultado de um processo inflamatório que ocorre na pele. Como resultado, o maior órgão do corpo perde parte de sua sustentação e elasticidade, pois o colágeno da pele se rompe e acaba deixando cicatrizes.

  • Celulite

Também conhecida como Lipodistrofia, a celulite é uma inflamação cutânea agravada pelo acúmulo de gordura no corpo. Mas, o estresse pode piorar o quadro e apesar de estar ligada aos hábitos alimentares, a celulite também é um sinal de ansiedade na pele. 

  • Acne

Novamente, o cortisol e o óleo produzido pela pele causam inflamação, gerando a acne. Dessa forma, os poros podem acabar completamente infeccionados. Mas, além do estresse, a condição pode ser causada por outros fatores.  

  • Psoríase

O estresse é um dos principais agravantes da psoríase. A doença autoimune inflamatória, faz as células da pele se multiplicarem descontroladamente. De fato, o sistema imune se sente ameaçado e ataca de volta as células saudáveis. Causando lesões dolorosas e que descamam na pele.

Condições dermatológicas que afetam o emocional e que podem piorar ou persistir devido a transtornos emocionais, como ansiedade ou depressão:

  • Acne escoriada

Nesse caso, a ansiedade leva o indivíduo a desenvolver o hábito de espremer espinhas compulsivamente. Na verdade, essa condição pode levar a pessoa a se machucar e deixar marcas pelo corpo.

  • Dermatite factícia

Esse é o nome dado à doença que leva a pessoa a causar ou a agravar lesões em sua pele ou mucosas. Para isso, ela costuma usar instrumentos cortantes. Para impedir que a situação piore, é comum ser preciso uma intervenção da família e de amigos. Afinal, a pessoa se nega a admitir sua responsabilidade na piora do problema.

  • Onicofagia e cutisfagia

A condição afeta a pele dos dedos e costuma ser o sinal mais evidente da ansiedade na pele. Nesse caso, a pessoa desenvolve o costume de roer as unhas e a pele ao redor da matriz. 

Na cutisfagia, a pessoa vai além e além de roer as unhas ela acaba roendo a pele dos dedos. 

  • Tricotilomania

O problema é causado por uma compulsão incontrolável de arrancar os próprios fios de cabelo ou pêlos de outras partes do corpo. As consequências atingem a saúde emocional e a vida social da pessoa. 

  • Delírio de parasitose 

Talvez um dos transtornos mais severos com consequências na pele, o delírio de parasitose leva a pessoa a imaginar que sua pele está coberta por parasitas. A doença é debilitante e exige cuidados profissionais.

Como tratar os efeitos da ansiedade na pele

Diferentes tratamentos são úteis para o controle e a melhora de condições dermatológicas causadas pelo estresse ou como resultado direto da ansiedade na pele. Mas, para impedir que o problema retorne, é importante ir à raíz. Ou seja, cuidar dos assuntos que causam desequilíbrio emocional, melhorar o funcionamento do intestino e usar medicamentos próprios para diminuir sintomas e controlar o estresse.

Ao mesmo tempo, terapias holísticas, antidepressivos, terapia e aconselhamento psicológico ou remédios prescritos pelo psiquiatra podem ser de ajuda. Nesses casos, o controle é especialmente importante caso o problema de pele seja resultado de algum comportamento compulsivo, como coçar, arranhar ou arrancar fios de cabelo. Afinal, comportamentos compulsivos que causam feridas na pele podem acabar infectadas, o que piora o quadro de saúde geral do indivíduo.

8 formas de diminuir os danos da ansiedade na pele

Além dos tratamentos mais indicados para cada condição de pele sobre as quais falamos, você pode fazer mudanças úteis em sua rotina. Veja a seguir, maneiras de controlar o estresse e os danos causados pela ansiedade na pele. Afinal, não dá para impedir o estresse. Mas, dá para fazer algo a respeito antes que piore.

  1. Não negligencie os cuidados diários com a sua pele. Então, tire um tempo, mesmo com o estresse diário, para a limpeza e hidratação.
  2. Faça exercícios regularmente. Como é bem sabido, os exercícios liberam hormônios que combatem o cortisol, melhorando e muito a reação ao estresse.
  3. Tenha uma rotina de higiene mental mesmo que seja de apenas alguns minutos por dia. Para isso, você pode tirar um tempo para ler ou fazer as unhas e hidratar o cabelo.
  4. Diante de uma situação que gera ansiedade, faça uma caminhada vigorosa.
  5. Para quem prefere, as técnicas de controle do estresse, que incluem yoga, meditação, exercícios respiratórios ou outras, podem ser a saída ideal para diminuir os sintomas.
  6. Aprenda a dizer “não”. Dessa forma, estabelecer limites diminui o estresse e mantém o organismo tranquilo.
  7. Converse com alguém. Se você precisa de suporte profissional, não hesite em procurar ajuda.
  8. Durma o suficiente. Durante o sono, o corpo se renova e aprende novas formas de se comunicar e de se cuidar. Para o sistema imunológico, essa é uma etapa vital. Então, não pule noites de sono.

Relaxa!

É claro que seria incrível estalar os dedos e fazer toda a ansiedade, o estresse e a depressão sumirem de vez, concorda? Pois, dizer para alguém que está no auge do estresse “relaxar” é a pior coisa que se pode fazer. Ainda assim, aprender a gerenciar o estresse e a se cuidar diariamente já faz uma enorme diferença na forma como o seu corpo lida com condições de pele.

Afinal, como vimos, apesar de não ser o único causador dos problemas de pele, o desequilíbrio emocional pode desencadear e agravar ainda mais doenças que já são desafiadoras. Por isso, para saber mais sobre as muitas formas de cuidar da sua pele, baixe o e-book e veja também os outros temas do blog.

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