Afinal, qual a função do sistema imunológico?

Afinal, qual a função do sistema imunológico?

Antes de ir a fundo e entender a função do sistema imunológico precisamos ver o quadro completo, pois nosso corpo é uma máquina incrível. Na realidade, o projeto foi tão bem executado que a ciência ainda não entende completamente tudo o que ele é capaz de fazer. Considere como exemplo o mesentério.

A estrutura descrita por Leonardo Da Vinci no século 16, só foi reconhecida como órgão em 2017. Na ocasião, estudos identificaram algumas das suas funções e o auxílio que ele presta a outros órgãos, como o intestino. Ou seja, ainda temos um vasto campo para descobertas na anatomia e funcionamento do corpo. Ainda assim, já aprendemos bastante.

De fato, pense em como uma empresa bem organizada precisa que todos os departamentos trabalhem juntos, mantenham uma comunicação clara e um sistema de segurança eficiente. Da mesma forma, hoje vemos como o corpo humano precisa que todos os seus sistemas funcionem de forma harmônica. Por isso, vamos entender a função do sistema imunológico nesse complexo conjunto. A partir de agora, você vai descobrir:

  • quais órgãos participam da defesa do organismo;
  • em quantas partes o sistema imunológico está dividido;
  • sinais de que o corpo foi invadido;
  • qual a função do sistema imunológico.

Órgãos que compõem o sistema de defesa do corpo humano

Existem diversos componentes importantes no sistema imunológico. Aliás, vamos entrar em detalhes sobre eles daqui a pouco. Para começar, existem órgãos que trabalham diretamente na defesa do corpo. Entre eles, estão alguns que são subestimados. O baço, por exemplo, quase não é lembrado. Até pouco tempo atrás, não se sabia muito sobre a sua importância. Ou o timo, que muita gente nem sabe que tem, onde se localiza ou o que ele faz.

Por outro lado, a medula óssea já tem status de importante. Afinal, sem ela, o organismo entra em colapso e já vamos falar o motivo. Mas, a verdade é que cada um desempenha um papel necessário. Então, veja a seguir quem é quem na estrutura e no correto desempenho da função do sistema imunológico no organismo. 

Glândulas adenoides e amígdalas

Tanto as amígdalas quanto as adenoides são glândulas que participam da defesa do organismo. As amígdalas se localizam logo no fundo da cavidade oral e são visíveis. Por outro lado, as adenoides ficam atrás da cavidade nasal e não são visíveis a olho nu. Essas estruturas são os primeiros agentes de defesa do sistema imunológico. Assim, se um patógeno entra pelas vias aéreas, essas glândulas logo produzem anticorpos, acabam inchando e causando bastante incômodo, mesmo sendo para o nosso bem. Antigamente, os médicos indicavam até a sua remoção. Com o tempo, o procedimento passou a ser a última opção.

Baço

O baço trabalha como os rins. Ou seja, como órgão filtrante, ele auxilia na identificação e destruição de micróbios. Ele também é responsável pela destruição de células vermelhas danificadas. Além disso, é no baço onde são produzidos alguns dos componentes do sistema imunológico, como anticorpos e linfócitos. Por isso, quando o indivíduo retira o baço, o fígado assume parte de suas funções, produzindo células de defesa.

Timo

O timo é tão importante que está localizado próximo ao coração, guardado na cavidade torácica. Na gestação e na infância, esse órgão trabalha na produção de células de defesa chamadas linfócitos-T. Com o tempo, ele vai diminuindo de tamanho e deixa de trabalhar, o que é normal. Assim como o baço, ele também filtra e monitora a qualidade do sangue em circulação no corpo. 

Medula óssea

Quando entendemos o que a medula óssea faz, fica claro seu papel na correta função do sistema imunológico. Na verdade, o sangue é produzido por esse “líquido” precioso que fica dentro dos ossos. Aliás, podemos dizer que ele é nosso tutano. E é a medula óssea a responsável pela produção de novos glóbulos vermelhos (hemácias) e glóbulos brancos (leucócitos). Por isso, se algo vai mal com esse órgão incrível, a defesa do corpo fica comprometida. Sem falar na diminuição da oxigenação e na dificuldade de coagulação que podem levar à falência de outros órgãos.

Como o sistema imunológico é formado

Medula óssea, timo, adenoide, amígdalas e baço trabalham juntos para garantir a correta produção de células de defesa. Mas, o sistema imunológico não é tão simples assim. Afinal, ele tem a missão de proteger o corpo das constantes ameaças que nos rodeiam e precisa de diferentes armas e recursos. Para isso, temos basófilos, linfócitos-T, linfócitos-B, neutrófilos, eosinófilos, macrófagos, células NK, mastócitos e monócitos, só para citar algumas células de defesa específicas. 

Até aqui, já deu para ter uma visão geral da estrutura que compõe o sistema de defesa: órgãos, glândulas, células e compostos químicos. Mas ainda podemos citar o sistema linfático e vasos sanguíneos. Por isso, entenda como cada um deles contribui no sistema imunológico.

Glóbulos brancos

Peças fundamentais na defesa do organismo, os glóbulos brancos são produzidos na medula óssea. Em seguida, eles migram para o sistema linfático. Caso haja uma infecção ou uma ameaça ao corpo, o aumento dos glóbulos brancos é um dos primeiros sinais de alerta. Para conferir, basta um simples exame de sangue. 

Viajando pelo corpo, essas células atuam como sentinelas. Então, assim que identificam algo errado, convocam as outras e formam um verdadeiro exército. Assim, os glóbulos brancos cercam e atacam o patógeno invasor. Ao envolverem o micro-organismo, iniciam um processo incrível de digestão celular, dissolvendo o problema. Além disso, são os glóbulos brancos que produzem os anticorpos, vitais para a boa função do sistema imunológico. Nesse processo, o corpo dá sinais e já vamos falar sobre eles.

Anticorpos

Os anticorpos, ou imunoglobulinas, são proteínas especializadas em forma de Y. Assim que deixam os glóbulos brancos, eles se ligam ao invasor e atuam como um sinalizador. Dessa forma, o sistema imunológico entende que precisa encontrar e destruir o vírus, bactéria, fungo ou parasita marcado para morrer. Mas, essas estruturas estão divididas em cinco subtipos, cada uma com uma função diferente na caçada e identificação de patógenos.

O sistema linfático na função do sistema imunológico

A função do sistema imunológico depende também do sistema linfático. Ou seja, um complexo sistema de delicados tubos que percorre todo o corpo. De fato, falando de forma bem simplificada, seu papel inclui:

  • controlar os níveis de fluidos no corpo;
  • reagir a qualquer tipo de bactéria;
  • lidar com células cancerosas;
  • identificar e consumir qualquer tipo de resíduo celular que possa resultar em doenças ou disfunções do organismo;
  • absorver alguns tipos de gordura consumidas.

Basicamente, o sistema linfático é composto pelos gânglios linfáticos ou linfonodos, que interceptam invasores. Mas, a linfa, o líquido que percorre o sistema, é conduzida através dos vasos linfáticos. Nesse líquido, encontramos também os linfócitos, ou glóbulos brancos. No entanto, cada um desses personagens dá sinais quando entra em ação para nos proteger. Então, confira quais são alguns sintomas de que o sistema de defesa está em alerta.

Sinais de infecção por vírus ou bactérias

Normalmente, os principais indicadores de que algo não vai bem são as dores e o aumento da temperatura corporal. Dependendo da infecção, a dor pode ser local. Isso indica que determinado órgão ou sistema está com problemas para se livrar de um invasor. 

Por exemplo, dor ao urinar, dor de estômago ou dor nos seios da face. Elas costumam indicar infecções urinárias, infecção gastrointestinal ou uma sinusite. Mas, a febre persistente deixa claro que o quadro é sério e merece ser examinado por um médico. Geralmente, ela vem acompanhada de mal estar, suor, calafrios e perda de apetite.

Qual é a função do sistema imunológico 

Agora que você já entendeu que diversos órgãos e sistemas estão envolvidos na defesa do corpo, chegamos ao cerne da questão. Afinal, qual é a função do sistema imunológico? De forma curta e grossa, te proteger. No entanto, esse complexo sistema está constantemente fazendo a ronda pelo seu corpo, testando as cercas e alarmes, conferindo se está tudo no devido lugar. 

Para cumprir essa tarefa, a imunidade é separada em dois tipos:

  • Imunidade inata

A imunidade inata é como um sistema genérico de proteção. Então, o sistema age da mesma forma para lidar com qualquer tipo de patógeno que for identificado. Como acontece quando uma unha encrava ou levamos uma picada de mosquito, por exemplo. Ou seja, não é necessário nenhum tipo de conhecimento específico para conter e lidar com aquela ameaça.

  • Imunidade adaptativa

Por outro lado, pense no coronavírus, nos vírus da gripe, da varíola, do sarampo etc. Nesses casos, o sistema imunológico precisa conhecer a estrutura do invasor. Depois, aprender a como se defender e replicar esse método de defesa. O corpo pode fazer isso lidando diretamente com o patógeno ou por meio da imunização através das vacinas. 

Mais do que isso, ele também monitora a reprodução celular e identifica se alguma célula acabou danificada ou malformada. Assim, começa uma batalha interna para destruí-la antes que possa se reproduzir e formar um câncer. Geralmente, isso ocorre centenas, milhares de vezes ao dia, todos os dias, e nem nos damos conta. Mas, se esse sistema falha… é aí que entendemos a sua importância. Infelizmente, o contrário também é verdadeiro. A ciência não sabe dizer o motivo, mas às vezes ele se recusa a recuar diante de uma possível ameaça. Veja a seguir as consequências disso. 

Quando o sistema de defesa extrapola na reação

Quando o corpo entende que está sendo atacado ele estimula a defesa, conforme vimos. Em alguns casos, porém, ele entende errado. Então, a função do sistema imunológico acaba distorcida e o indivíduo apresenta o que conhecemos como doenças autoimunes. Ou seja, o sistema de defesa enxerga órgãos, tecidos, células saudáveis do próprio organismo como patógenos e passa a atacá-los. Infelizmente, essa reação descontrolada faz com que ele não reconheça o momento de interromper o ataque. Por isso, os sintomas dolorosos são persistentes e difíceis de amenizar. Algumas das doenças autoimunes mais comuns são:

Psoríase

De fato, uma das doenças autoimunes com sintomas mais evidentes é a psoríase. Segundo dados da Associação Brasileira de Psoríase, cerca de 5 milhões de brasileiros convivem com as dolorosas lesões cutâneas. Mas, a doença vai muito além de afetar a estética da pessoa. Na verdade, ela causa distúrbios do sono, dificuldade de interação social e até em família. Além disso, a pessoa com psoríase ainda lida com muitas dúvidas. As mais frequentes são:

Lupus Eritematoso Sistêmico

No caso do Lupus, a doença evolui. Primeiro, o sistema imunológico não reconhece células saudáveis de diversos órgãos e sistemas do corpo do indivíduo. Em seguida, ele ataca o DNA das células. Como resultado, esses órgãos vão se tornando frágeis e debilitados. A doença acaba causando sintomas desgastantes. Por exemplo, aftas e lesões orais, inflamação pulmonar e deficiência renal. Também é comum que ela cause disfunções cardíacas, dores musculares profundas, problemas de pele e outras manifestações mais graves. 

Artrite reumatoide

Nesse caso, o corpo ataca as articulações sinoviais do corpo e destrói seu revestimento e a cartilagem. Com o tempo, a doença causa dores fortes, erosão óssea e pode levar à deformação das articulações. Mas, os sintomas não são apenas locais. Por isso, a pessoa que lida com a função do sistema imunológico descontrolada também pode apresentar cansaço extremo, anemia e até depressão.

Diabetes Tipo I

Você sabia que o diabetes tipo I é uma doença autoimune? Quando o sistema de defesa enxerga as células beta saudáveis do pâncreas como uma ameaça, ele as destrói e interrompe a produção de insulina. Por isso, quem desenvolve esse tipo de diabetes precisa repor o hormônio pelo resto da vida. Para tentar interromper o ataque autoimune, o primeiro estudo com células-tronco do mundo foi realizado no Brasil em 2003. Até hoje, as pesquisas buscam por uma forma de restabelecer a função do sistema imunológico saudável.

Outras defesas do corpo contra patógenos

Assim como o sistema imune, o corpo usa outros métodos de defesa. A pele, por exemplo, maior órgão do corpo humano, combate diferentes tipos de micro-organismos nocivos antes que eles entrem no corpo. Já os pulmões, são capazes de reter e depois expulsar partículas nocivas por meio da tosse. No trato digestivo, muitas bactérias são destruídas pelo ácido gástrico. Na verdade, até a saliva, a urina e as fezes são meios de excretar micróbios nocivos. Assim, funcionam como apoio para a defesa do organismo.

Cuide do seu sistema imunológico

Antes de qualquer coisa, entenda a importância do sono. Dormir bem permite que o cérebro e os órgãos façam os devidos reparos. Ao mesmo tempo, se alimente bem e faça exercícios regularmente. Também é vital manter a higiene em dia e evitar se expor a agentes infecciosos. Mas, aproveite o tempo com a família, visite os amigos e se divirta também. Afinal, equilíbrio é a chave para uma vida plena.

Fontes: Immune system explained – Better Health Channel

Parts of the Immune System | Children’s Hospital of Philadelphia (chop.edu)

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